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Gerson Nogueira e a seleção de Diniz: ‘Início arrasador, final trágico’

Início arrasador, final trágico

Os primeiros movimentos da Seleção Brasileira foram empolgantes. De cara, uma grande jogada que quase terminou em gol de Vinícius. Em seguida, aos 3 minutos, o gol saiu. Martinelli tabelou com Vini Jr. e tocou rasteiro no canto. Rápido e envolvente, o Brasil era avassalador. Um recuo ainda no primeiro tempo permitiu à Colômbia crescer, empatar e virar o placar no 2º tempo, com todos os méritos.

Foi uma espécie de celebração da inventividade, com quatro atacantes – Rodrygo, Vini Jr., Martinelli e Raphinha – jovens, velozes e focados na busca pelo gol. Um dia, quando a Seleção recuperar sua vocação ofensiva, repetirá ataques como os do início da partida de ontem.

O fugaz domínio brasileiro ficou por aí. Depois dos 15 minutos, o Brasil deu a tradicional relaxada e abriu espaço para o time colombiano. A redução do ímpeto em times nacionais é algo que precisa de estudos mais minuciosos.

É como se uma nuvem de preguiça de repente baixasse sobre os jogadores, impedindo-os de seguir insistindo no ataque. Não é o que se observa em outras equipes, que não deixam de perseverar.

O tal recuo criativo fez com que o confronto ganhasse um protagonista. Luis Diaz, o rápido atacante que faz sucesso no Liverpool, infernizou a vida dos zagueiros brasileiros. Saía da direita para a esquerda com desenvoltura. Ninguém conseguiu marcá-lo.

Os laterais Emerson Royal e Renan Lodi iam à loucura com ele. James Rodríguez também se aproveitou da liberdade que o Brasil proporcionou e arriscou dois chutes muito perigosos.

De volta à Seleção, Alisson teve que trabalhar como nunca, evitando o gol colombiano. André também se desdobrou à frente da linha de zaga e evitou que o endiabrado Luis Diaz mandasse para as redes.

Para complicar as coisas, Vini Jr., uma válvula de escape, foi atingido por Sanchez e teve que ser substituído na metade do primeiro tempo. João Pedro, ex-Fluminense, entrou em seu lugar, frustrando as expectativas de quem esperava Endrick no jogo.

A Colômbia avançou suas linhas, sem medo, com James Rodriguez sempre na articulação e Luis Diaz assumindo toda a responsabilidade pelas manobras ofensivas. O time só voltou a mostrar alguma disposição para atacar após os 42 minutos, com duas boas jogadas de Rodrygo.

O 1º tempo terminou com maior presença colombiana em campo e a constatação que a crise dos laterais virou uma praga nacional.

Veio a segunda parte e a pressão colombiana continuou. João Pedro, a aposta de Diniz para o centro do ataque, perdeu boa chance logo no começo. Do outro lado, Rodríguez e Diaz também desperdiçaram bons momentos. Raphinha, por volta dos 20 minutos, mandou uma na trave.

Mesmo com Paulinho em campo, substituindo Rodrygo, a Seleção não encontrava o rumo certo. Consequência da luta individual de Luis Díaz, aos 29 minutos, a Colômbia chegou ao empate. Após cruzamento vindo do lado esquerdo, o camisa 7 surgiu entre os zagueiros para encaçapar.

O Brasil se atordoou com o empate, Diniz botou Endrick, Pepê e Douglas Luiz, mas o time travava diante da área colombiana, como se estivesse satisfeito. Díaz, porém, não se acomodou. Aos 33’, ele atacou a bola no ar e desviou cruzamento de James Rodríguez para o fundo das redes.

Dois recordes quebrados em Barranquilla: primeira vitória da Colômbia sobre o Brasil em eliminatórias e a segunda derrota seguida na etapa pré-Copa. Em cinco jogos, Diniz venceu duas, empatou uma e perdeu duas.

Seleção exibe incômoda falta de capacidade reativa

O Brasil sofreu o segundo aos 33 minutos do tempo final. Tinha pelo menos 20 minutos para buscar o empate. Acontece que, como havia ocorrido diante do Uruguai, o time não mostrou nenhuma capacidade de reagir. Parecia preso à burocracia do toque lateral ou recuado, verdadeira pandemia do futebol brasileiro atual.

Até mesmo as chances que haviam sido criadas no início do 2º tempo desapareceram depois que o time passou a jogar com Paulinho, Endrick, João Pedro e Martinelli. Faltou qualidade na troca de passes e o baixo rendimento dos laterais ampliou o rol de dificuldades.

No time colombiano, um atacante ágil, driblador e contundente mostrou como o futebol moderno deve ser jogado. Sempre avançando na vertical, sem medo de cara feia pela frente, Díaz agigantou-se e acabou com o jogo.

Como disse meu amigo Jota Ninos, direto de Santarém, foram 5 minutos de futebol dinizista e 85 minutos de organização, garra e duas cabeçadas matadoras colombianas.

A próxima missão é indigesta. Receber a campeã mundial Argentina no Maracanã, sem a força necessária para se impor tecnicamente, mesmo contra um time que perdeu em casa para o Uruguai.

Nova gestão planeja ampliar o Evandro Almeida

Recém-eleito, o presidente Antônio Carlos Teixeira vai aos poucos expondo os planos prioritários para o Remo. Um dos mais importantes é aumentar a capacidade de público estádio Evandro Almeida, pelo lado da travessa Mercês. A ideia havia sido exposta pelo ex-presidente Fábio Bentes, mas agora vai de fato sair do papel.

Tonhão antecipa também uma parceria com o setor privado para a construção de um hotel na antiga área do Carrossel. Ainda faltam entendimentos com as empresas interessadas, mas o negócio está de pé. Depois das negociações, o plano será submetido à apreciação do Conselho Deliberativo azulino.

Redação
Redação
O Diário do Pará é um jornal fundado pelo jornalista Laércio Wilson Barbalho, impresso diariamente em Belém desde 1982, pertencente ao Grupo RBA.

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